Nós lacanianos repetimos como um mantra que a resistência é do analista. Entretanto, a afirmação de que quem resiste é o analista pode se reduzir, ela mesma, a um modo sutil de não querer saber e de tamponamento das ocorrências identificadas por Freud na delicada relação entre analista-analisante. É esse o problema que Gabriel Lombardi enfrenta em A resistência como máscara do desejo, retornando a Freud, de modo original, mas não sem o norte de sua formação lacaniana rigorosa e precisa.
Ao final da leitura, ficamos com a nitidez de que vale a pena resistirmos aos efeitos sugestivos dos discursos do amo e universitário para, com a histerização provocada pelo discurso analítico, sustentarmos o advento de um desejo decidido. Assim, o discurso analítico terá sido um discurso da resistência!
Com a contribuição de diversos psicanalistas argentinos e brasileiros, esse livro permite refletir, de maneira contundente, sobre questões que trazem em seu cerne a diferença sexual.