«Cartas trazem e levam intimidades, segredos, dores, apoio, busca de ternura, companheirismo, trocas. Sem tirar o pé do chão, estas duas, escrevendo uma à outra, encontraram a maneira de resistir ao isolamento, as proibições, limitações e normas drásticas da pandemia. Com leveza, crueza e humor. Um dos belos livros deste ano.» — Ignácio de Loyola Brandão
O mundo nunca prescindiu de comunicação; menos ainda de sociabilidade. Dos afetos, então, nem se fala. Mas, do dia para a noite, ficamos todos isolados. As cidades ficaram desertas, e a vida como conhecíamos parou. Foi a partir daí que Carolina Delboni e Juliana Pinheiro Mota passaram a se corresponder, escrevendo cartas que funcionaram como uma espécie de exercício exploratório de seus universos particulares em quarentena, e que agora ganham também morada nesse livro, reunindo as correspondências que trocaram durante esse período. Nelas, as autoras compartilham suas experiências na nova rotina, e pensamentos e reflexões sobre sentimentos, sobre a vida, sobre a sociedade e a arte, fazendo um registro delicado e íntimo de um dos momentos mais difíceis da história.
As correspondências trocadas nesse período, que aconteceram por meio virtual e por vezes de forma fragmentada, ganham agora edição impressa com cartas inéditas e outras publicadas na íntegra. Além disso, as autoras se debruçaram sobre o gênero epistolar, escrevendo textos sobre o passado e o futuro do gênero, no qual refletem sobre as múltiplas facetas da escrita de cartas e sobre a importância histórica e literária das correspondências como registros de determinadas épocas. Para fechar, o leitor também vai encontrar uma lista comentada de livros para quem quiser se aprofundar ainda mais na leitura do gênero.