Em assentamentos na periferia de Bauru, famílias aguardam a regularização das terras. Também nas periferias, empreendimentos do Minha Casa Minha Vida espalham moradores pela cidade, que têm que conviver com as distâncias ou a falta de serviços públicos. Na “cidade sem limites”, a desigualdade social mostra sua cara. Enquanto tem a 21ª maior economia do estado, mais de 100 mil pessoas recebem benefícios assistenciais. A urbanização e os direitos à moradia e à cidade se chocam com a especulação imobiliária, a periferização e a cidade murada. A experiência urbana moderna é antidemocrática e resultado da crise de acumulação do capital. Num mundo em que impera o processo de globalização, as forças do mercado ditam não apenas os rumos da economia, mas também — e por consequência disso — o modo como são construídas sociabilidades e identidades na urbanização das cidades e no direito à apropriação de seu espaço.