Cogito ergo sum. “Penso, logo existo.” Tal proposição resume o espírito de René Descartes (1596–1650), sábio francês cujo «Discurso do Método” inaugurou a filosofia moderna. Em 1637, numa época em que a força da razão tal qual a conhecemos era muito mais do que incipiente, e em que textos filosóficos eram escritos em latim, voltados apenas para os doutores, Descartes publicou o «Discurso do Método”, redigido em francês. Ele defendia o «uso público” da razão e escreveu o ensaio pensando numa audiência ampla. Queria que a razão — este privilégio único dos seres humanos — fosse exatamente isso, um privilégio de todos homens dotados de senso comum.
Trata-se de um manual da razão, um prático “modo de usar”.