Não é incomum nem totalmente infundada a crítica de que a esquerda marxista apresenta dificuldades históricas para lidar com as questões de gênero, raça e sexualidade. Contudo, entre o economicismo que resume a classe trabalhadora à figura do homem branco na fábrica e o identitarismo liberal tão em voga há muito mais do que sonha o vão antimarxismo.
A teoria da reprodução social (TRS), apresentada sob diferentes perspectivas neste livro, aparece nesse continuum como uma forma profícua de compreender as diferentes relações sociais que constituem a realidade concreta. Ao propor o resgate, em Marx, de uma compreensão ampliada da categoria “trabalho”, autoras e autores que se ligam à TRS indicam a urgência de reconsiderar o significado de “classe trabalhadora” numa perspectiva marxista que amplie a compreensão do conceito para perceber suas dimensões generificada, racializada, diversa e geograficamente localizada em uma totalidade capitalista contraditória.
— Grupo Teoria da Reprodução Social, na orelha