Como salvar uma filha de uma morte certa? Talvez, como crê o pai de Scholastique Mukasonga, confiando-a à escola, a fim de que ela obtenha um “belo diploma”. Assim, ela não será mais nem tutsi nem hutu. Ela atingirá o status inviolável de «evoluída”.É justamente para obter um diploma, que a menina será obrigada a tomar o caminho do exílio. Ela passará de país em país, do Burindi à Djibouti, até chegar à França. Ao longo da travessia, às vezes, as chances prometidas por este papel parecem uma certeza. Noutras, desaparecem como uma miragem. Mas ao fim, como lhe havia dito seu pai, este “belo diploma” será um talismã, para sempre uma fonte de energia, que permitirá a ela superar a desesperança, a desilusão e a desventura. Em “Um belo diploma”, Scholastique Mukasonga volta à sua veia autobiográfica, com seu estilo fluido, pleno de humor e de fantasia, que resulta em apaixonantes relatos de suas memórias — dolorosas sim, mas também belas e inspiradoras.