«Várias são as lições que o livro nos traz. A proclamação do direito à educação como direito do cidadão e dever do Estado se inscreveu na vida sociopolítica por meio de uma pressão permanente da sociedade civil em vista da importância do núcleo da luta. Essa inscrição não opôs, de modo maniqueísta, sociedade civil versus sociedade política. Isso não significou um mar de rosas.
Ao contrário, a busca por um Fundeb digno do seu nome e da contemporaneidade da educação mostrou o Estado como um lugar de disputa entre vários interesses, indicando que, para o sucesso da inclusão de um interesse que seja comum, para todos e para cada um, o convencimento do outro é fundamental. E, para tanto, mobilizaram-se argumentos, estatísticas, a história passada, a legislação e a rapidez nas informações e nas comunicações.
Mas a lição de fundo que o livro nos traz é de método.
A decisão de participar do jogo político, de acordo com a ordem e contestando a ordem tradicional de uma educação elitista e seletiva, pode conduzir a novos direitos.»
Da Apresentação de Carlos Roberto Jamil Cury
