Winston vive aprisionado na engrenagem totalitária de uma sociedade completamente dominada pelo Estado, onde tudo é feito coletivamente, mas cada qual vive sozinho. Ninguém escapa à vigilância do Grande Irmão, a mais famosa personificação literária de um pode cínico e cruel, além de vazio de sentido histórico. De fato, a ideologia do Partido dominante não visa nada de coisa alguma para ninguém, no presente ou no futuro. O´Brien, hierarca do Partido, é quem explica a Winston que «só nos interessa o poder em si. Nem riqueza, nem luxo, nem vida longa, nem felicidade: só o poder pelo poder, poder puro».
Quando foi publicada em 1949, essa assustadora distopia datada de forma arbitrária num futuro perigosamente próximo foi instantaneamente sucesso de público. Seus principais ingredientes — um homem sozinho desafiando uma tremenda ditadura: um homem e libertador: horrores letais — atraíram leitores de todas as idades, e à direita do espectro político, com maior ou menor grau de instrução.