Rafaela Miranda, em “Uma terra casa tem esse nome algum”, explora a noção de corpo-terra-casa em seus poemas, passeando por referências literárias afrodiaspóricas, por autores brancos, além de mitos do cânone ocidental. A poeta nos convida a mergulhar com ela em sonhos, desejos e lutas, que se revelam não só seus, mas de um coletivo atravessado pela solidão, pelo racismo e pela LGBTfobia.
A poesia de Rafaela é feita de corpo, de terra, de lugar e de não-lugar, valendo-se de metáforas que confluem o sagrado e as profundezas da experiência humana com os elementos da natureza. E tudo isso culmina na concepção de casa. O corpo da mulher negra é seu próprio lar, uma morada que se movimenta, que migra e que se expande.