Rosas têm espinhos, do escritor Saulo Ribeiro Torquato, revela um paradoxo a ser desmitificado. A contradição é evidente: se por um lado estamos inarredáveis ao subjetivismo que as rosas representam, por outro deixamos passar despercebido que também estamos, da mesma forma, firmemente presos ao automatismo dos espinhos. Não percebemos que justamente aqui, nos espinhos, está o outro inarredável lado da mesma moeda. «Numa sentença direta, seria como falar que nesta vida não há nada perfeito, e que tudo, tudo mesmo, sempre terá um ônus a ser suportado. Se o propósito é a realidade, há de sentir e viver os dois lados», diz Saulo. Assim é Rosas têm espinhos: poesia para rir e para chorar.