O alfabeto deste livro não segue uma ordenação típica. Em vez disso, ele percorre um caminho de colisões, da escrita do que se entrega só como espanto e impacto. Trata-se de uma amostra da vasta produção de Vladimir Safatle, feita de fragmentos, suas “escritas em farrapos” que misturam as muitas facetas de seu pensamento — política, ética, psicanálise, estética, filosofia, crítica cultural. Para quem já acompanha o trabalho de décadas do filósofo, o livro é uma surpresa. O rigor acadêmico de suas outras produções dá lugar a uma escrita de tateamento, com certo componente lúdico que nos leva a uma espécie de ensaísmo de pequenas formas. Para quem está pouco familiarizado com essa produção, a obra é um generoso convite a conhecê-la.