O livro divide-se em duas partes. A primeira é dedicada aos modelos de organização propostos por filósofos que, na falta de um termo melhor, costumam ser chamados de “empiristas”, como Hume e Adam Smith, dentre os quais contamos também um materialista, Diderot, e dois naturalistas céticos, Buffon e Daubenton. Esses modelos são elaborados em concomitância a uma crítica da ideia de uma natureza organizada em sistema segundo fins, produto de uma inteligência suprema. Essa crítica tem um impacto profundo, e, pelas mãos de Smith, alcança os domínios da teoria social. A segunda parte acompanha a absorção e tentativa de superação dessa crítica no interior da Filosofia Transcendental de Kant, e propõe a tese de que essa manobra, sem propriamente lograr os resultados esperados por seu autor, contribuiu para a formação de uma ciência dos seres vivos coerente com a Física newtoniana.