Nas crônicas de Detetive à deriva, as belas estranhezas do dia a dia — como uma família de urubus nas alturas de um prédio, um par de botas abandonado, um solitário bebê chinês na calçada e um enigmático rastro de pétalas — estabelecem a relação entre o flâneur e o investigador, entre os observadores da poesia cotidiana e os autores policiais. Fugindo da tendência atual de transformar o espaço da crônica na imprensa em tribuna de opinião, Luís Henrique Pellanda, grande renovador e um dos principais autores contemporâneos do gênero, inspira-se nas ruas e nas janelas de sua Curitiba. Em pistas que só o cronista vê, o mistério das coisas pequenas se revela ao leitor com a leveza e o encanto de uma história bem contada.