O século XX foi considerado por muitos como «o século da América», no sentido de que foi durante o seu transcorrer que os EUA se tornaram, indiscutivelmente, a maior potência econômica, política, militar, cultural e tecnológica do planeta. O século XXI começou sob o impacto dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, cujos desdobramentos colocaram em xeque a primazia absoluta dos EUA em vigor desde o fim da Guerra Fria, e prossegue, em especial após a crise financeira global de 2008, com sucessivos e graves questionamentos sobre a capacidade americana de ainda exercer hegemonia mundial e sua possível substituição como principal ator geopolítico do mundo. Por isso, um trabalho como este é tão oportuno e relevante. Ao focar sua análise no período que marcou o início da ascensão dos EUA como país de grande influência internacional (da guerra com a Espanha em 1898 ao final da Primeira Guerra Mundial), Reginaldo Mattar Nasser ilumina a compreensão de como se forjaram os interesses materiais que motivaram as ações dos EUA além de suas fronteiras, bem como as ideias que as justificariam. Ancorado em pressupostos de Max Weber para explicar a ação do homem na política internacional como algo intimamente ligado às suas percepções, o autor oferece notável contribuição para que o público seja capaz de dimensionar bem os problemas que os EUA em crise enfrentam e as perspectivas para o futuro imediato, quando a nação se manterá como fundamental para todas as demais e, a médio e longo prazo, quando essa situação poderá começar a mudar significativamente.
