Este livro está de cheio de minúsculos momentos insuperáveis, que fazem o dia e o coração mudarem de ritmo. Aqui banalidades são salvas de sua transparente mudez, e cantam. Aqui o sabiá, a formiga, um nome de mulher que não saiu no jornal, o sereno, um assobio. Por detrás deles Cássio Zanatta constrói o seu mundo. É este mundo gigante, feito de sílabas, que o leitor tem agora nas mãos.
Não é um livro de poemas, mas é sim, de poesia. Ela é feita de “pequeninos nadas” e se esconde “tanto no amor quanto nos chinelos”, como disse Manuel Bandeira. Depois de ler o que Zanatta tem para mostrar, é inevitável o leitor olhar ao redor e perguntar: onde eu estava que não vi a vida acenando nos momentos dos quais ninguém tira foto? — André Laurentino