Rodrigo Barneschi simplesmente não concebe o futebol sem a presença do torcedor visitante. Para ele, frequentador assíduo das arquibancadas, tanto o abnegado que viaja para seguir o clube do coração como o fanático que cruza a própria cidade para ficar rouco em um setor isolado do estádio rival são protagonistas de um espetáculo que, despojado do forasteiro, perde grande parte de seu sentido.
Em sua estreia como escritor, o autor nos guia por diferentes estádios do Brasil e da América do Sul, em uma cruzada por campos decadentes, fartos de obstáculos e transtornos aos visitantes que tentam acompanhar seus times nos jogos fora de casa.
Com um relato que mistura crônica, diário de viagens e jornalismo — e permeado por forte crítica social --, Barneschi reivindica em “Forasteiros” o direito ao torcer. Dele e de qualquer torcedor disposto a ir ao estádio do adversário para encarar sua missão: a de assumir o protagonismo de um espaço que lhe pertence.