Do árido às correntes que brotam vida, do sertão ao mar, assim se estrutura a obra de Caio Miranda, autor paulista cujas palavras brincam de autopontuar-se — por vezes, atiradas na página, evocando silêncios, impossibilidades de coesão; por vezes, pulando linhas, tecendo caminhos que nem sempre seguem a lógica clássica do enjambement. Sertão-Mar faz mosaico, grito e doçura de temas difíceis e atuais como a política estatal genocida e a necessidade de atendermos ao social.