Nas palavras de Ricardo Cravo Albin, prefaciador do livro: «Ao chegar ao final de uma leitura prazerosa, sou inclinado a concluir que o leitor tem em mãos singular privilégio. Adquirir um livro que vale por dois, ambos estimulantes e bem nutridos. Isso porque Paulo Martins enriqueceu a estrutura do livro com dois segmentos, que se desnudam com clareza e charme. O primeiro faz pontificar suas memórias pessoais, incluindo o abrir dos olhos para a música e para os problemas sociopolíticos de um país cruelmente desigual e injusto. Todo um longo segmento se mescla entre prisões e torturas impostas ao nosso participante de luta, e a apetência, nunca negada, ao exercício da boemia, do fruir as noitadas, do apego aos companheiros de copos, de ideias e… de música. O segundo livro, ou a segunda parte desta unidade de opulência temática, crispa-se nos ensaios históricos e/ou acadêmicos. Aqui o autor dá a conhecer uma larga cultura musical e histórica, privilegiando o mito do Orfeu helênico, numa contraface, quero crer, da obsessão anunciada desde o começo do texto: o querer ser compositor. Mas sendo, sim, a partir da magia da aproximação das palavras com as notas musicais.»