Gabriel nasce irremediavelmente invulgar. As suas mãos são feitas de ouro puro. Encontrado na floresta, é criado num ambiente de amor, bondade e beleza — três irmãs cuidam de o preparar para a longa viagem que o espera anos mais tarde. É depois, na atmosfera do verde espesso da floresta, que conhece Helena, e com ela o amor. Esse encontro causa uma viragem no imperturbável percurso do nobre jovem. Oscilará entre o medo, a perda: correr no vazio, a queda no mundo obscuro, a busca até ao abismo, a gente vestida de lama, a perda do ouro, a revolta da terra; e o deleite em pequenos tesouros: a vida escondida nos casulos, o canto da água, a dança das auras, o branco estelar da neve, os contos do paraíso, a criança-Deus a brincar. Está condenado a sacrificar as suas mãos em prol de algo grandioso.