A cooperação é fundamental para a espécie humana. A solidariedade está profundamente enraizada no que somos.
A Noruega vem liderando os países de maior qualidade de vida do mundo há décadas. O que este livro procura esclarecer são as razões disso ― razões geralmente ignoradas pelo mesmo noticiário que se apressa em anunciar esse ranking como se não tivesse nem causas nem consequências.
A combinação de IDH alto, educação pública de qualidade, distribuição de renda equânime, participação ativa do Estado na economia, responsabilidade ambiental e outros anátemas do neoliberalismo selvagem que grassa no Brasil produz resultados benéficos, afinal. Que isso ocorra numa democracia capitalista ocidental não é coincidência, mas premissa.
Harsvik e Skjerve, dois militantes trabalhistas, esmiúçam motivos (e contradições) desse modelo dando ênfase à solidariedade, virtude decisiva para esse cenário de bem-estar social, a partir de uma constatação singela: é melhor viver em lugares em que o outro pode ser visto como um igual. Seja confiando no vizinho ou nas instituições, a chance de ser desapontado é menor.