Preso no Castelo de Vincennes, após a publicação de sua Carta sobre os Cegos, Diderot viu-se impedido de continuar o trabalho de organização, proposição, escrita e revisão dos textos da Enciclopédia. Seus editores, Le Breton, David, Durand e Briasson, tiveram que solicitar a interferência do Conde d'Argenson, então ministro de Estado, para que o filósofo fosse solto e não se interrompesse 'a empresa mais bela e a mais útil jamais realizada pelo mundo dos livros'. Sem dúvida, a Enciclopédia constitui a súmula maior do saber do Ocidente e de suas Luzes, bem como do espírito que a iluminou com o seu saber e o seu gênio, o 'Enciclopedista', constituindo-se, por isso mesmo, no símbolo máximo da tentativa da razão e da ciência de chegar, senão à onisciência, ao menos a uma compreensão e à descrição de seus aspectos essenciais. De fato, o motor deste desafiador empreendimento foi Diderot, com sua tenacidade de trabalho e seu conhecimento multidisciplinar, tendo ele redigido pessoalmente boa partidos textos desta suma 'enciclópica', como testemunham os verbetes recolhidos na presente coletânea, da qual 'História da Filosofia I', que a editora Perspectiva coloca à disposição de seus leitores, constitui o primeiro volume.