Em 2013, Edward Snowden, ex-analista da CIA (Agência Central de Inteligência) que também trabalhou como agente da NSA (Agência Nacional de Segurança), chocou o mundo ao desmascarar detalhes dos serviços secretos americanos. Snowden revelou que o governo dos Estados Unidos estava sigilosamente desenvolvendo meios para coletar todos os telefonemas, mensagens de texto e e-mails enviados em qualquer país do mundo. O resultado seria um sistema sem precedente de vigilância em massa capaz de se intrometer na vida particular de qualquer pessoa. Uma invasão à privacidade de pessoas e países que feria as liberdades individuais dos cidadãos e de governos. As revelações causaram um mal-estar diplomático entre os Estados Unidos e nações aliadas. Entre os inúmeros documentos que vazou, apareceram vários apontando para o monitoramento de mensagens da então presidenta Dilma Roussef e seus principais assessores e outros mostrando que o governo americano espionava o Ministério de Minas e Energia, a Petrobras e as descobertas do pré-sal.
Pivô de um escândalo de proporções globais, Snowden virou da noite para o dia o homem mais procurado do planeta. Considerado inimigo público pelo governo americano e herói por milhões de pessoas, acabou buscando asilo na Rússia, onde vive até hoje. Em Eterna vigilância, ele conta como ajudou a criar este sistema de espionagem mundial e também como atuou para desvendá-lo ao se dar conta dos perigos deste projeto. Afirma não ser contra que os governos coletem informações por medidas de segurança, mas alerta para o risco de se vigiar pessoas da hora em que nascem até a hora que morrerem. E alerta para que todos, homens e mulheres de todas as idades e em todos os países, tenham muito cuidado ao dar um telefonema, mandar uma mensagem de áudio ou digitar dados de sua conta bancária.