Criado em Portugal, O piolho viajante atravessou o oceano e, entre 1808 e 1826, foi uma das obras mais lidas no Brasil. De tom satírico, o livro apresenta um piolho aventureiro que viaja por 72 «carapuças» tecendo comentários sobre todos nos quais pousa: um estudante, uma cigana, um filósofo, um poeta, um ladrão, um camponês, um vendedor, um juiz, uma lavadeira, um boticário, além de dezenas de outras cabeças. Ler esta obra é uma forma de voltar no tempo e viajar pelo Brasil nos primórdios do Império.
A história era tão popular que um dos pseudônimos usados por D. Pedro I para assinar seus textos jornalísticos era justamente este: Piolho Viajante. Essa curiosidade é contada no verbete «pseudônimo» do livro «Dicionário da Independência — 200 anos em 200 verbetes», de Eduardo Bueno. Aliás, foi para que os leitores pudessem conhecer uma obra que fazia a cabeça do pessoal na época de D. Pedro que a Editora Piu disponibilizou o e-book “O piolho viajante” gratuitamente.