Adolfo Caminha

Essa corrente enfatizava a observação meticulosa do autor na descrição da vida cotidiana dos ambientes mais simples e humildes, combinada a um método supostamente científico de retratar ficcionalmente a realidade.

Além de insistir que o autor permanecesse distanciado dos assuntos de seu romance e escrevesse de forma desinteressada e impessoal, os proponentes do naturalismo consideravam que os seres humanos eram meros animais, cujo caráter e destino eram predeterminados pela natureza e estavam fora de seu controle. A tarefa principal do escritor, portanto, era capturar e analisar o comportamento humano, o qual acreditavam que fosse influenciado por emoções incontroláveis, limitado pela hereditariedade e moldado pelo entorno.

Caminha reconheceu uma gama maior de comportamentos sexuais que muitos homens eram capazes de viver e gozar.

Será que foi confortador para alguns dos frescos ou fanchonos que frequentavam o largo do Rocio descobrir e ler um romance que falava de suas práticas sexuais, desejos e comportamentos, que eram largamente estigmatizados e ridicularizados pela sociedade? Será que se identificaram com os personagens do livro? Teriam eles se reconhecido nos retratos do Bom Crioulo ou do grumete? Infelizmente, nunca saberemos.