Como a Literatura pode contribuir com a formação do senso crítico do jurista? Segundo os defensores do Movimento Direito e Literatura, as artes são capazes de dotar o jurista de um discernimento para tomada de decisões mais conscientes e assertivas, além de torná-lo um cidadão mais empático e compreensivo. Entretanto, essas premissas não parecem evidentes para os seus críticos. Lançando-se a esta discussão, percebeu-se que o nascedouro do MDL, nos Estados Unidos, em 1973, foi marcado por embates e críticas hostis que consideraram a proposta do movimento sentimentalista e cheia de autocongratulações. Isso se explica, pois o movimento Direito e Literatura nasceu justamente como uma reação ao movimento conhecido no Brasil como Análise Econômica do Direito — AED. Foi debruçando-se sobre essas objeções que se colocaram as bases que fundamentam esse movimento em prova. Qual sua solidez e reais contribuições? Um apuro ético na educação jurídica que faça o ser humano estar no centro? A construção da empatia e da compreensão necessárias ao exercício de uma cidadania democrática? A possibilidade de construção de um senso crítico mais apurado? Sem dúvidas, a aproximação entre Direito e Literatura é uma importante proposta de aproximação entre Direito e realidade, entre o jurista e as condições essenciais ao exercício da cidadania e da democracia inclusiva. Este trabalho é apenas um estímulo para mais debates e reflexões que se transformem na urgente reforma no ensino jurídico.