A maioria dos artistas percorre um longo caminho para que sua obra seja reconhecida no meio artístico-cultural e admirada pelo grande público. Não foi o que aconteceu com Claudio Tozzi. Muito jovem, e ainda estudante de arquitetura, ele produziu no ateliê da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo as suas primeiras serigrafias, que tiveram imediata repercussão. A adoção de uma nova figuração, comprometida com os acontecimentos que estavam na ordem do dia, como o feminismo, a crítica social, e a luta contra a ditadura militar, causou forte impacto pela qualidade de sua estética transgressora e pela inusitada abordagem de seus, também, inusitados temas. Assim, de forma precoce, Claudio Tozzi destacou-se como artista de vanguarda na agitada década de 1960, prestigiado pela crítica e pelo público.
O vanguardismo de suas propostas logo chamou atenção de críticos, como Mário Schenberg, Mário Pedrosa, Frederico Morais, entre outros. Havia enorme empatia de seus temas com a conjuntura daqueles anos, sobretudo, junto a uma juventude engajada nas lutas pela liberdade. É bom que se diga que o significado da palavra liberdade ia muito além das lutas pelas liberdades democráticas — implicava em mudanças significativas no comportamento social. Claudio Tozzi era sensível às mudanças que ocorriam nas artes, mas, sobremaneira, àquelas que ocorriam na sociedade e em particular junto aos jovens.
As suas experiências com a nova figuração despertaram enorme interesse nos meios culturais à época e sua influência não se restringiu ao ambiente das artes plásticas. As propostas de Claudio Tozzi iam ao encontro das inovações que ocorriam nas artes cênicas, no cinema, na fotografia e no design gráfico dos anos 1960.