Segundo livro de crônicas de Marcílio Godoi, Frágil recompensa reconstrói uma Belo Horizonte perdida desde os anos 1960, a partir de relatos memorialistas em prosa poética. Com diversos planos e eixos narrativos, o livro trata de uma história comum à maioria dos brasileiros, a migração de uma numerosa família do interior para a capital do estado e as decorrentes inadequações sociais resultantes disso, em um contexto de religiosidade e repressão político-militar. Em uma trama «psicológica» do livro, nascimento e morte flutuam emocionalmente sem cronologia definida nas vozes da mãe, do pai, e dos nove irmãos, em uma espécie de pacto integrado pelo fio do olhar de um autor implícito, um certo menino, que perpassa praticamente todas as histórias.