Esta coletânea, Educação, Culturas, Artes e Tecnologias, surge, fundamentalmente, num primeiro momento, como uma ideia sonhada e idealizada. Ela não é fruto de textos jogados e esquecidos e que de repente encontram um espaço para publicação (procedimento tão comum em tempos cujo quantitativo se coloca, muitas vezes, como exigência acima das forças individuais e coletivas). Esta coletânea foi imaginada. Cada texto plasmado, com cuidado, por cada um de seus integrantes. Em muitos momentos, e não foram poucos, houve dúvidas. Consultas. Movimentos, em muitos sentidos, para que houvesse uma interligação entre os autores. Uma unidade em relação aos objetivos propostos. Houve desvios em relação à proposta inicial. Aqueles, seguramente, necessários e que possibilitam os espaços da liberdade, criatividade, imaginação e, claro, da inventividade.
Nessa medida, os autores que integram este livro possuem as mais variadas formações. Possuem percursos que traçam uma trajetória, por si mesma, plural e diversificada. E assim, mais do que nunca, as experiências de cada um, entrelaçadas pelo escritural, dão, cremos, blocos de espaço-tempo, mais consistentes para a direção e fundamentação de suas perspectivas.
De forma subjacente ou mais explícita os textos possuem a unidade de se pensar em que medida a educação, como um todo, poderia ou pode, realmente, cumprir o famoso sonho humano de uma educação para a liberdade e para a consciência de valores, muitas vezes, que se distanciam da humanidade.
A era contemporânea, acima de tudo, exige seres corajosos. Aptos a enfrentar desafios. Os desafios das incertezas que sempre regeram o destino humano. Mas, sobretudo, em que medida a educação tem cumprido tal papel? Em que medida a educação diante, inclusive, das novas tecnologias e novos espaços de cultura consegue manter e estender uma base segura para que possamos entender que liberdade, justiça e, acima de tudo, solidariedade são e devem permanecer para que o homem sobreviva de uma forma mais plena? Não acreditamos numa formação unilateral. Precisamos, minimamente, de uma formação plural. A educação dos sentidos (já tão comentada desde há muito tempo) precisa, além da “formal”, ser, de uma vez por todas, colocada em prática.
Acreditamos que este livro poderá fornecer algumas reflexões que poderão contribuir para algumas repostas e muitas perguntas. Caberá a cada leitor, seja da educação ou não, os ritmos de leitura e interpretação que lhe serão colocados pensarem qual seria o mundo que queremos para o futuro. E ele caminha muito rápido. Talvez numa velocidade sem precedentes.