O personagem Almeiro Ninguém foi abandonado por seu pai Régio ainda no celeiro. Após venturas e desventuras no Colégio de Pontal de Orvalho e em sua biblioteca, aparece transfigurado. Almeiro é um etimólogo dos mais hábeis e tenta dicionarizar os sonhos. Com a experiência e o tempo, inventa um dicionário com princípios fundamentais do novo idioma da alma, que torna atual aos homens públicos, à Câmara, ao Senado, ou ao curioso público, ajudando no progresso até da agricultura. O leitor descobrirá todas as infâncias perdidas da palavra. Uma vez que o etimólogo aparece como capaz de escrever o que nem a morte vai saber. Aos poucos, o leitor vai desvendando esses pequenos mistérios. Ana Marques Gastão, notável crítica lisboeta, afirma ser a escrita de Carlos Nejar «uma utopia sublime, lugar do escândalo verbal».