O presente trabalho, originariamente dissertação de Mestrado em Teoria do Direito, busca restabelecer as conexões vitais entre Filosofia, Literatura, Direito e Poesia, a fim de reintegrar a história espiritual da ideia de justiça em estágio específico e crucial de sua formação, em que a poesia do dramaturgo trágico grego Ésquilo, no século V a.C., anteviu a profunda e conflituosa relação entre as normas sociais, os destinos humanos, a pólis, o destino e o sofrimento. É essa relação o palco dramático em que uma noção de sabedoria prática se esboça, as instâncias da Filosofia grega clássica ainda iniciáticas se preparam e a finalidade do Direito e da Justiça, a partir do drama esquiliano, oferecem suas iras e belezas ao público, não meramente o dos espectadores, mas o dos cidadãos e das pessoas moral e juridicamente responsáveis.