A história de Fuga para duas vozes acontece em passagens por Paris e São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, estabelecendo paralelos culturais e pessoais de duas personagens intrigantes e conflitivas: Dora e Teo.
A dupla narrativa, no melhor estilo de Carlos Hiran Goes de Souza, leva o leitor a interpretações diversas na medida em que avançam pelos capítulos do livro de maneira surpreendente. Essa é a história de uma separação conturbada contada sob o ponto de vista individual. Um tema de amor doentio retratado sob o ângulo dos impactos emocionais e pessoais de cada uma das personagens. Uma trama construída com relatos que distorcem os sentidos dos fatos, ao mesmo tempo que evidenciam os frequentes desequilíbrios psicológicos do casal.
Nesse livro, o autor trabalhou elementos da cultura francesa e brasileira em contrapontos que atraem a nossa atenção e curiosidade. Fuga para duas vozes perpassa aspectos culturais dos cultos indígenas, dos mistérios dos chás alucinógenos, da pajelança, de perfumes naturais, e tem na música o pano de fundo que justifica o seu título. A influência da música sobre o comportamento humano está presente por toda narrativa, enfocando a dependência psíquica conhecida por Musicofilia e os aspectos inerentes à terapia através da música — Musicoterapia.