A obra consiste de apanhados diversos escritos desde os dez anos até hoje, pela manhã. A fantasia, a esperança, a tolerância, a indignação contra a covardia, contra a corrupção, contra a desigualdade. O amor, a infância, a juventude, a inocência, a ironia, a política e a sacanagem carioca estão incrustadas como cracas no casco dessas páginas. A primeira parte engloba os textos até os vinte e poucos anos, a segunda, após um vácuo de, estimo, uns quinze anos, traz os escritos mais recentes. A descoberta recente de minha ancestralidade indígena, a vivência com a cônjuge, negra, e a angústia de viver no Brasil pós 2018 formam o caldo donde se extraem os elementos constituintes do livro. Sendo a primeira, vi a necessidade de que não fosse algo determinável, um romance, livro de contos, ou de crônicas, mas que carregasse, como o texto que fecha o livro, a contradição de ser tudo ao mesmo tempo agora. Ou uma coisa de cada vez.