Uma das grandes consequências da expansão da Atenção Primária à Saúde no Brasil foi a decadência do modelo biomédico, curativo, individualista, fragmentado, hospitalocêntrico e focado no diagnóstico. A Estratégia Saúde da Família trouxe uma nova perspectiva, um novo modelo direcionado à família. O foco é no coletivo, na prevenção e na promoção à saúde. O caráter é longitudinal, de acompanhamento da população. O modelo de atenção à saúde passou por profundas transformações, assim como o modelo de ensino, aprendizagem e serviço das instituições formadoras de recursos humanos, convidadas à revisão dos conceitos de saúde e doença.
Em 1946 a Organização Mundial da Saúde definiu saúde como «um completo estado de bem-estar físico, mental e social e não meramente a ausência de doença». Desde então, muito se discute sobre os aspectos emocionais e sociais da população brasileira com crescente o interesse na qualidade de vida. Tal interesse é recente e faz parte dos novos paradigmas que têm influenciado as políticas públicas de saúde. A saúde é multifatorial e identificar os seus determinantes é um processo mandatório para a Saúde Pública. Nesse contexto, a qualidade de vida esclarece o impacto dos condicionantes da saúde da população por aspectos sociais, econômicos, culturais e de hábitos de vida.