«Recentes leilões de NFTs movimentaram muito dinheiro, popularizando o termo, mesmo que a maioria das pessoas ainda não entenda bem do que se trata. O que é um NFT, afinal? A 'nova bitcoin'? Uma forma de arte? Uma nova mídia? Um canal de venda para a arte digital? Ou apenas um esquema de pirâmide digital?» Logo nos primeiros parágrafos do seu texto, nosso colaborador, o programador, músico e designer Yellow, lista um monte de interrogações que a maioria de nós faz diante dessa nova forma de criação, legitimação, circulação e negociação no mercado de arte.
Para nós aqui da Redação, foi ótima a abordagem de Yellow, porque nos abriu várias possibilidades de entendimento sobre os Non-Fungible Tokens, significado da sigla. O que funciona bem nessa reportagem, além disso, é que ela se posiciona criticamente sobre o novo instrumento, não só através de explicações e de pontos de vista das fontes entrevistadas, mas da abordagem didática e questionadora do próprio Yellow. Isso nos parece importante, para que a gente não faça simplesmente uma adesão passiva aos aparatos tecnológicos, percebendo que nada é bom ou ruim, pois sob a superfície das coisas existem muitas camadas significantes.
A respeito desse material que publicamos sobre NFT, ainda, reparem como ficou incrível o trabalho de fotografia, direção de arte e ilustração de Matheus Melo para ele. Com o olho afiado e a criatividade a mil, ele agregou objetos de cena, projeções e recursos de pós-produção à beleza da nossa estagiária Tanit Rodrigues — modelo das fotos — para dar corpo às imagens que sintetizam, com clareza, conceitos sobre os NFTs.
Nesta edição, também comemoramos os 70 anos do artista Antonio Carlos Nóbrega, sobre o qual o jornalista Márcio Bastos escreveu um perfil; e de Ana Cristina Cesar, que não pôde acompanhar a influência que exerceria sobre gerações de poetas com seu trabalho, devido a sua morte precoce, como nos lembra — em artigo exclusivo para a Continente — a professora Renata Pimentel.