O texto do Prof. Kothe configura-se como um campo magnético em que os dois polos são as obras dos dois teóricos alemães. Ao nível das voltagens geradas pela fecundação entre o pensamento de ambos, trava-se a discussão de convergências e divergências […]. No processo de circunscrever as áreas em que as formulações de um e de outro críticos extrapolam, ou em que se iluminam mutuamente, vai-se estruturando um quadro em que são privilegiadas a figura e a produção de Walter Benjamin, frisando-se sempre o seu papel de originador ou inseminador de uma ampla galáxia conceptual, de aplicação mais específica ao domínio da Estética, mas que cobre, igualmente, múltiplos setores da cultura e da indagação contemporâneas: a Sociologia, a Política, a crítica das ideologias, a Filosofia da religião, a Simbólica (mais no sentido freudiano do que no de Cassirer), a Hermenêutica, a Mitopoética etc.
Oswaldino Marques
[ Novembro de 1977 ]