As crônicas, que se dedicam a analisar e nos conduzem a refletir sobre situações de racismo e discriminação racial, contrariamente ao que o leitor acostumado poderia esperar, não nos conduzem à desilusão, à tristeza, àquela imagem a qual rechaçamos de povo meramente rancoroso, ou apequenado pelo sofrimento. De forma nenhuma! As crônicas trazem revoltas cheias de reflexão e acertos de análise, como quando a autora fala dos editais da Funarte com recorte racial que ainda estão suspensos. Os textos sempre trazem de volta os chistes irônicos, como em «Marigô". Aliás, a leveza deste humor crônico, deste humor na corda bamba da seriedade, atravessa todo o livro que o leitor lerá de uma sentada! Seja para lembrar e repensar fatos recentes, seja pelo gosto de pensar junto com a autora, seja pela impossibilidade de dar qualquer intervalo que seja antes da última página.