Seria o direito uma ciência? Com essa pergunta, inúmeros debates são iniciados com o objetivo de tentar entender se o direito pode ou não ser pensado como uma área do conhecimento independente. De um lado, os cientistas jurídicos com argumentos válidos sobre a delimitação de nosso objeto de estudo. De outro, os pragmáticos que observam no direito, acima de tudo, uma atividade prática e que deve ser pensada sob a égide das relações sociais e de poder.
Entretanto, numa sociedade funcionalmente diferenciada, como diria Niklas Luhmann, os conflitos sociais que são mediados pelo direito cada vez mais mostram a necessidade, acima de tudo, do diálogo. Diálogo epistemológico, prático, teórico e linguístico. Em outras palavras, interdisciplinaridade. Neste sentido, os artigos selecionados para esta coletânea demonstram de forma clara que ao invés de um enfraquecimento do direito, a interdisciplinaridade é uma das formas que o sistema jurídico possui para se reinventar, reinterpretar e conseguir, cada vez mais, entender um corpo social em constante ebulição, mudança e aumento de complexidade.