Em 2021, o mundo celebra os 200 anos da brasileira Anita Garibaldi, conhecida mundialmente pelo sobrenome do revolucionário italiano com quem se casou, o italiano Giuseppe Garibaldi. Anita Garibaldi entrou para a História do Brasil e para o imaginário brasileiro e internacional desde que, apaixonada por Giuseppe Garibaldi, passou a viver com ele em 1839, ano em que juntos outros proclamaram a República Juliana, tornando Santa Catarina independente do então Império do Brasil. Este é o cenário histórico e documental do conto-título da antologia Balada por Anita Garibaldi & Outras Histórias Catarinautas, reunião de divertidas ou trágicas narrativas curtas, gênero em que Deonísio da Silva estreou e que o incluiu imediatamente entre os principais escritores brasileiros. Este livro, mais longo do que um conto e mais curto do que um romance, é uma daquelas pequenas grandes obras que, apesar de sua diminuta extensão, apresentam um outro modo de compreender a importância decisiva que essa mulher teve em eventos que sacudiram o Brasil e a Itália na primeira metade do Século XIX. O autor faz com que ela própria conte o caso como o caso foi, mas acrescenta também a versão dos líderes das revoluções que proclamaram duas repúblicas no então império do Brasil: Bento Gonçalves, na República Piratini (RS); e Giuseppe Garibaldi, na República Juliana (SC). Os diálogos, fascinantes pelo surpreendente tom criativo, estendem-se para além da morte, como se eles prosseguissem na eternidade.