Em 1970 e 1971, o Cinema Novo já tinha sua existência questionada por uns e defendida por outros, e principalmente por Glauber Rocha, mas sua unidade e seu projeto estético já haviam desaparecido, sendo de fato questionável afirmar a sua existência no período. O Cinema Marginal, por sua vez, produzia alguns de seus filmes mais expressivos e ousados, mas tais filmes, em sua maioria, sequer conseguiam chegar ao circuito comercial, no qual um filão erótico, que desaguaria na pornochanchada pouco depois, ia muito bem nas bilheterias, ao mesmo tempo em que o Ciclo do Cangaço gerava seus últimos filmes. Em A trajetória do cinema brasileiro: 1896–2023, volume 6: O cinema entre a repressão, a alegoria e o diálogo, 1970–1971, Ricardo Luiz de Souza estuda a produção cinematográfica brasileira deste período, a partir da análise de 69 filmes realizados nestes anos de chumbo e ufanismo.