Se o regime democrático findou por ser o que melhor poderia expressar o conflito social, natural e latente, representando através das instituições políticas as diferenças de interesses das classes sociais, chegando a ser considerado o regime político por excelência, — como sendo um valor universal, sintetizado na forma republicana de governar -, encontra-se em crise, em vários sentidos e em diversos países ou quiçá de modo globalizado. Como hipótese, provavelmente, por ter cumprido os seus princípios, deverá ceder lugar a um novo modelo mais elevado, que incorpore todas as aquisições conquistadas anteriormente, num processo dialético de superação e de incorporação das alturas atingidas? Eis o desafio para além de invencionices rasteiras como a “democracia de falsas patriotadas” e as bravatas perigosas do Sr. Trump e de congêneres em outras partes do mundo, inclusive no Brasil, como face política da crise atual do modo de produção capitalista, e, contraditoriamente, sem crise do capital. Ao tempo em que o neoliberalismo se apresenta, de modo subliminar, como neofascismo, a atropelar e destruir direitos dos trabalhadores, das relações capital-trabalho, da cidadania e dos Direitos Humanos, da natureza e das futuras gerações.