Van Rensselaer Potter (1911–2001) já era um cientista internacionalmente conhecido, quando, em 1970, publicou seu artigo seminal que (re)criou o conceito de bioética, a saber, Bioética: A Ciência da Sobrevivência. No ano seguinte, em 1971, publicou seu livro pioneiro: Bioética: Ponte para o Futuro, e alguns anos depois, em 1988, Bioética Global, seu segundo livro sobre o tema, o qual procurava ampliar os horizontes da bioética. Nesse livro, disse: «A bioética global é proposta como um programa secular de evolução de uma moralidade que demandará decisões na assistência médica e na preservação do ambiente natural. É uma moralidade de responsabilidade. Embora descrita como um programa secular, ela não deve ser confundida com o humanismo secular. A bioética global pode coexistir com o humanismo secular desde que se possa concordar que as leis naturais que governam a biosfera — de fato, o Universo — não vão mudar de acordo com os desejos de indivíduos, governos ou preferências religiosas. […] A bioética continua sendo o que era originalmente — um sistema de moralidade baseado em conhecimento biológico e valores humanos, com a espécie humana aceitando a responsabilidade pela própria sobrevivência e pela preservação do ambiente natural» (V. R. Potter, Bioética global).