Este livro está sendo lançado em mais um cenário de grande desafio à Educação. Desde o ano de 2020, temos vivido uma nova e complexa realidade planetária deflagrada pela pandemia gerada pelo coronavírus. Se anteriormente já se viviam incontáveis desafios relacionados a urgentes necessidades de revisão educacional, sobretudo no Brasil, após a pandemia novos alcances de urgência surgiram em outras tantas fronteiras.
O uso da tecnologia se inseriu mais do que nunca como uma necessidade premente na Educação. Questão de vida ou morte, a exemplo de outras áreas em cenários mundiais. Professores e ambientes escolares, antes ainda resistentes a tais usos, viram-se obrigados, em questão de poucos dias, a rever posturas e paradigmas em nome da saúde também da própria Educação. Essa súbita demanda gerou, evidentemente, repercussões de todos os tipos.
Logo no início da pandemia, pegos de surpresa, muitos professores tentavam se adaptar às novas exigências de uso da tecnologia em formato virtual. Nesse período, não foi incomum vermos docentes transmitindo suas aulas com a câmera do celular ligada diante de lousas onde escreviam com giz. Sinal preocupante, indicador da urgente necessidade de atualização sobre as novas possíveis linguagens proporcionadas pelas tecnologias. Houve também, ressalte-se, aqueles que logo se deram conta da gravidade do quadro e que, preocupados com a saúde da Educação, buscaram proativamente se adaptar à nova situação, ampliando aquilo que, em certos casos, já vinham fazendo anteriormente: utilizar de modo criativo o universo semiótico de novas e potentes linguagens audiovisuais disponíveis à Educação.
Estamos em transição. E a partir dessa pandemia, o que vem sendo chamado de «formato híbrido» (o presencial aliado ao virtual) parece ter grandes chances de permanecer. Negar a necessidade dessas práticas presentes e futuras é, inadvertidamente, contribuir para o adoecimento da Educação e para o aumento do número de alunos desinteressados em aulas e professores que se negam a utilizar o dinamismo das linguagens audiovisuais em que as gerações mais recentes já nasceram imersas.