A prosa singular de Acker chega ao Brasil com a publicação de seu primeiro romance, A vida infantil da tarântula negra, por Tarântula Negra. A edição da crocodilo conta com tradução de Livia Drummond e prefácio de Flávia Lucchesi. Escrito em 1973, o processo de apropriação é central para a busca de identidade da narradora nesse livro. Acker cria uma personagem de dezesseis anos, Tarântula Negra, que explora identidades alternativas como assassina e prostituta, copia trechos de livros pornográficos em que se imagina a protagonista e participa de atos sexuais públicos.A autora faz uma colagem na qual suas próprias palavras se somam às de Marquês de Sade sobre Justine; mistura sua vida com a autobiografia de William Butler Yeats, a vida de Moll Cutpurse, «a rainha regente do desgoverno, a garota arruaceira, a tirana benevolente dos ladrões e assassinos da cidade, a dama urso», entre outros. Os temas de alienação e sexualidade objetificada do livro se repetem em textos posteriores.