A vida adulta de Toulouse-Lautrec entrelaça acontecimentos e personagens históricos com passagens ensaísticas e elementos ficcionais. Vincent (van Gogh) critica a arte de Toulouse e ela se irrita. Como de costume, Acker usa os gêneros das personagens de maneira deliberadamente fluida. Aqui, Paul Gauguin é a faxineira do bordel onde uma bobalhona foi assassinada. Em meio às cenas com personagens famosas que são apresentadas ao longo do livro, também dão as caras Janis Joplin e James Dean, jovens amantes que ainda não sucumbiram às pressões e ao cinismo de Hollywood. Henry Kissinger e outros figurões da política também surgem ao longo do texto. A autora, ainda que deixe clara sua posição nesse emaranhado de personagens, dá liberdade a quem lê para tirar suas próprias conclusões. Entre comentários sobre a política estadunidense do século XX e suas reverberações em países como a República Dominicana, Acker faz cortes abruptos e se lança em uma busca por prazeres desenfreados. Em outra passagem, retoma o final do século XIX e, em meio a conversas entre Toulouse e Vincent sobre Paris e São Francisco, pipocam greves em todos os cantos. Anarquistas se reúnem na Haymarket, um grande espaço aberto em Chicago, a fim de protestar contra um tiroteio policial que reprimiu uma manifestação de grevistas. De repente, uma bomba explode na multidão. Anarquistas são presos em nome da lei, batem na polícia em nome da liberdade e se defendem frente ao juiz. Fariam de novo.